Trabalho científico retrata a casuística de queimaduras na Clínica Cepelli
Análise dos fatores associados à gravidade das queimaduras entre pacientes queimados atendidos na Clínica Cepelli, em Florianópolis, foi tema de estudo na Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)
Trabalho científico da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) analisou os fatores associados à gravidade da queimadura entre pacientes queimados atendidos na Clínica Cepelli, referência no tema e atuante em Florianópolis/SC desde 2013. Sob a orientação do Doutor Maurício José Lopes Pereima, o estudo permitiu analisar o perfil dos pacientes para traçar estratégias de prevenção e as atividades de ensino desenvolvidas pela Clínica Cepelli. Para atingir o objetivo final da análise, foram pesquisados e levantados dados referentes às características sociodemográficas e clínicas da população a ser estudada e à gravidade da queimadura através do grau e sua extensão. Para tanto, foram associadas as características sociodemográficas e clínicas à gravidade da queimadura e a etiologia com a gravidade da lesão.
Entre agosto de 2015 e julho de 2016, o estudo foi realizado na Clínica Cepelli tendo como grupo de casos pacientes que sofreram queimaduras e que foram estratificados como médios e grandes queimados e grupo controle formado por pacientes com queimaduras estratificados como pequenos queimados. Além disso, foi realizada coleta de informações em prontuários arquivados de pacientes atendidos no período de janeiro de 2014 a agosto de 2015 que sofreram queimaduras e já obtiveram alta. Foram incluídos 185 prontuários, dos quais 68 se referiam aos pacientes considerados médios e grandes queimados e 117 de pequenos queimados. Pacientes com queimaduras de primeiro e segundo graus com menos de 10% de superfície corporal queimada (SCQ) formaram o grupo controle, enquanto os que tinham mais de 10% de SCQ e queimaduras de segundo grau e os que tinham queimadura de terceiro grau, independente de SCQ, foram classificados como casos.
Entre as muitas conclusões a que chegou o trabalho científico apresentado na UNISUL com orientação da Clínica Cepelli, foi observado que a ocorrência de queimaduras é maior no sexo masculino, atingindo mais homens entre 27 e 65 anos e aquela que se mostrou um maior fator de risco para o desfecho foi a faixa entre 21-26 anos. No estudo ainda não se observou diferenças estatísticas em relação à escolaridade, no entanto, em diversos outros estudos o grau de instrução aparece como fator importante na avaliação do índice sócio econômico dos pacientes atendidos. Quanto ao agente causador da lesão observou-se que o sólido aquecido é um fator de proteção ao desfecho e a queimadura por abrasão se mostrou um fator de risco, com chance de 3,41 vezes mais de lesões mais graves, tendo ainda o ambiente doméstico como um fator de risco para queimaduras mais graves.
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